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[Actualizado] Hillary Clinton salienta papel do sector privado e defende direitos reprodutivos da mulher

Sexta-feira, 22.06.12

No discurso de há minutos na Rio+20, a secretária de Estado norte-americana considerou que o encontro “marca um grande avanço para o Desenvolvimento Sustentável”. O documento final da Rio+20 “contém princípios importantes e propostas essenciais e traduz um novo pensamento sobre como canalizar a força dos mercados”, acredita Hillary Clinton, que salienta o papel do sector privado no processo.

Clinton admite que o processo não foi nem será fácil, mas defende que “é o momento para sermos pragmáticos, mas também optimistas, porque um futuro mais próspero está ao nosso alcance”. “Acredito que concordamos em princípios básicos e não podemos ser limitados pela ortodoxia do passado. Precisamos de parcerias ágeis voltadas para a acção”, diz.

No entanto, a secretária de Estado salienta que “o futuro não é uma garantia, porque os recursos dos quais todos dependemos estão sob pressão crescente”, pelo que “o único desenvolvimento viável no século XXI é o desenvolvimento sustentável”. “Seremos julgados não pelas palavras mas pelos resultados conseguidos. Reafirmo aqui o compromisso pessoal e do presidente Obama para trabalharmos em conjunto. Não podemos fracassar”.

Clinton defende ainda que “as mulheres são essenciais e as forças motoras por detrás do Desenvolvimento Sustentável”, pelo que é importante “assegurar os direitos reprodutivos das mulheres”, tema ausente da proposta de texto final da Rio+20. “Os EUA trabalharão para que esses direitos sejam respeitados em acordos internacionais”, assegura.

Os EUA, que bloqueram o progresso em inúmeros assuntos aqui na Rio+20 acabaram por fazer um discurso genérico, de circunstância, vazio, onde não tocaram nas questões essenciais onde o seu papel é decisivo para um desenvolvimento sustentável do planeta.

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publicado por Quercus às 15:56

Dia 2 - Depois do impasse, alguma bonança; EUA recebem o primeiro Fóssil do Rio

Sexta-feira, 15.06.12

Se o primeiro dia tinha sido improdutivo, o segundo dia assim continuou, mas foi mais emotivo. Na parte relativa à economia verde e medidas de implementação, as negociações chegaram mesmo a uma ponto de rotura à suspensão dos trabalhos, nomeadamente por desentendimentos em relação ao conceito entre G77 e Europa. Mais tarde, e no que respeita à economia verde, o coordenador dos trabalhos apresentou um texto que se espera venha a receber consenso. Por outro lado, foi desesperante ouvir o porta-voz da conferência, Pragati Pascale, na conferência de imprensa diária habitual, dizendo que o ritmo dos trabalhos estava muito lento, e principalmente que mesmo sem um documento final a ser aprovado, já muito se havia atingido com a Conferência… Daí que espera-se por algum otimismo esta sexta-feira, último dia das reuniões oficiais preparatórias da Rio+20, que no entanto, ainda não tiveram uma abertura formal (por agora, são negociações temáticas em grupos).

Na abertura dos trabalhos preparatórios da Conferência do Rio +20 sobre Desenvolvimento Sustentável, os Estados Unidos da América foram os primeiros premiados com um galardão atribuído pelas organizações não governamentais de ambiente – o Fóssil do Dia. Os Prémios “Fósseis do Rio” serão apresentados diariamente ao longo das negociações destacando o país ou países que fazem o mínimo para apoiar o progresso (aliás, bloqueiam-no) sobre questões pertinentes como as alterações climáticas, a energia, florestas, e economia verde.

O prêmio de hoje, dia 14 de Junho, foi atribuído aos Estados Unidos. Este fóssil reconhece o esforço dos Estados Unidos (que se considerou a única superpotência restante) em apagar os compromissos significativos de várias partes do texto de negociação durante todo o dia de ontem e também de hoje.
Este primeiro destinatário do “Fóssil Rio” tem-se recusado sistematicamente a comprometer novo financiamento para iniciativas de desenvolvimento sustentável na Rio +20, apesar de distribuir mais de 52 mil milhões de dólares por ano para grandes poluidores - mais do que suficiente para investir em num futuro justo e sustentável em casa e no exterior.
Além disso, os EUA pretendem diluir e enfraquecer a agenda para evitar chegar a um acordo ambicioso que construa um caminho para um futuro sustentável.
Os Estados Unidos podem ter recebido o primeiro fóssil, mas os candidatos estão a ser cada vez mais, e há muitas possibilidades de eleição. A apresentação do prémio aconteceu no centro de conferências do RioCentro, organizada por jovens e organizações não governamentais de todo o mundo entre as quais a Quercus, o prémio foi anunciado numa cerimónia simbólica.

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publicado por Quercus às 03:40