A Cúpula dos Povos - Por uma justiça social e ambiental
Para a sociedade civil global, a meta prevista para a Rio+20 "A Economia Verde", é insuficiente, por tanto, insatisfatória para lidar com a atual crise do planeta.
O encontro de mais de uma centena de chefes de Estado de todos os continentes com o objetivo de encontrar uma saída para a crise global, quer ambiental, quer social ou económica, dando continuidade a um diálogo iniciado há mais de trinta anos, sob a égide das Nações Unidas, não passa de um diálogo de surdos.
Nas últimas décadas, os modos de produção e de consumo têm promovido a devastação dos recursos naturais e o aumento da desigualdade e injustiça sociais. É neste contexto que organizações e movimentos sociais decidiram juntar forças para realizar um evento paralelo, a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental.
O encontro, segundo os organizadores,” é uma grande oportunidade para não só para tratar dos graves problemas que enfrenta a humanidade, mas também para demonstrar a força política dos povos organizados."
É com este espírito que desde hoje e durante os próximos dias, se vão encontrar no Aterro do Flamengo para debaterem os problemas comuns, as suas angústias e acima de tudo na procura de caminhos alternativos, à Rio+20, para um futuro melhor. A Cúpula dos Povos, é também uma manifestação das culturas, dos saberes ancestrais e um apelo às consciências e participação de todos, no tal lema da RIO+20, que é "O Futuro que nós Queremos".
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ONG descontentes com Brasil que recebe o “fóssil do dia”
No passado sábado, o Brasil assumiu como país anfitrião das negociações para a Conferência Rio +20 e apresentou o seu novo projeto de texto de negociação. Com grande poder, vem grande responsabilidade, e o mundo está a avaliar como o Brasil realiza a tarefa de orientar os negociadores para um acordo com resultados ambiciosos e concretos. O objetivo é obter um resultado que trace um caminho para o desenvolvimento sustentável e garanta a todos os membros desta e futuras gerações o acesso a alimentos de qualidade, água limpa e energia renovável, bem como um planeta saudável e habitável, um clima estável e uma economia próspera e vibrante, assegurando compromissos de financiamento, encontrando formas de mobilizar as tecnologias para alcançar essas metas.
Infelizmente, o texto proposto não mostra sinais de um movimento nessa direção. Parece que o Brasil está perdendo a possibilidade de ser uma força para elevar a ambição e viver de acordo com as esperanças e confiança que o mundo colocou sobre seus ombros, e apenas se contentar com o uso de sua crescente influência política e indiscutíveis capacidades diplomáticas para encontrar somente compromissos inteligentes e chegar a um acordo sobre um documento sem sabor, desprovido de metas claras e ações. Claro que o Brasil não pode, sozinho, transformar esse processo e precisa de propostas ousadas, ambição de outros países e uma vontade de todos em trabalhar de forma criativa para incorporar princípios de equidade e responsabilidades comuns mas diferenciadas e assim seguir no bom caminho para criar o mundo que realmente todos nós queremos.
Depois do “fóssil do dia”, um “galardão” atribuído pelas organizações não governamentais de ambiente ao país ou grupo de países que tem o pior comportamento negocial, ter sido atribuído 6ª feira aos EUA e sábado Canadá, chegou a vez de ser o Brasil o país eleito.
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Quercus em ação em Copacabana e junto de Marina Silva
Ao fim da tarde de domingo, numa receção promovida pelo Goldman Environmental Prize (o equivalente ao Nobel das causas ambientais), ouvimos Marina Silva, ex-Ministra do Ambiente do Brasil e candidata recente às eleições presidenciais brasileiras e uma das recetoras do galardão em 1996, dizer que o Brasil está a ir no caminho errado com o recente do código florestal que foi promulgado ainda com muitas regras que contribuirão para a desflorestação do país, bem como com a ocupação de terras ondem vivem comunidades importantes de índios. Mais ainda, disse que os textos e a discussão que está em cima da mesa, por comparação com a ECO/92, merece apenas ser citada como Rio20, não merecendo o “+” para ser verdadeiramente Rio+20.