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Quercus no Rio de Janeiro a partir de 13 de Junho no início das negociações preparatórias da Rio+20

Segunda-feira, 11.06.12

A Conferência Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, terá lugar no Rio de Janeiro, no RioCenter, entre 20 e 22 de Junho e reunirá primeiros-ministros e chefes de Estado de todo o mundo. Ao mesmo tempo, e entre 15 e 23 de Junho, terá lugar na mesma cidade, no Aterro do Flamengo, a Cúpula dos Povos, uma reunião de organizações não governamentais aberta a toda a população que procurará fazer eco das ideias da sociedade civil sobre o futuro do planeta.

Os trabalhos preparatórios da Conferência de alto nível decorrerão entre 13 e 15 de Junho. De 16 a 19 de Junho terão lugar os denominados “Diálogos do Rio”, um conjunto de sessões de debate entre especialistas mundiais em diversas áreas (emprego, pobreza, água, alimentação, energia, entre outros) e dedicados a construir um conjunto de sugestões da sociedade civil para os decisores participantes na Conferência de 20 a 22 de Junho. A 20 de Junho estão previstas duas grandes manifestações no Rio de Janeiro no chamado “Dia de Mobilização Global”.

Documento principal da Conferência demasiado longo, pouco explícito e muito controverso

O principal objetivo da Conferência é acordar num documento que perspetive as relações internacionais, a economia, o emprego, e diversos temas críticos como o clima, a alimentação, a água, os oceanos, as cidades, entre outros, numa filosofia de desenvolvimento sustentável. Em causa está a eventual criação de uma Agência das Nações Unidas para o Ambiente, o trabalho necessário para renovar as metas estabelecidas pelos objetivos de desenvolvimento do milénio que terminam em 2015, e o funcionamento e ambição das diferentes convenções, com relevo para as alterações climáticas.

O documento atual, versão de 2 de Junho, tem cerca de 80 páginas e apenas 20% recebe consenso de todas as partes. Para além de excessivamente longo, as discordâncias prendem-se principalmente nas diferentes visões entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, incluindo as economias emergentes. Muitos parágrafos têm duas alternativas equacionadas, uma suportada nomeadamente pelos EUA, Canadá e Japão, e outra pelo denominado G77 (países em desenvolvimento, incluindo a China). A União Europeia tem também alterações propostas e sugestões, mas não originando posições tão opostas e conflituantes como as dos dois blocos anteriormente referidos.

O documento enuncia exaustivamente os problemas e as necessidades no quadro das Nações Unidas e dos países rumo a um desenvolvimento mais sustentável, destacando-se África como a região do globo mais necessitada de apoio. Por outro lado, faltam ambição e metas claras para as próximas décadas em relação a muitos domínios como a biodiversidade, as energias renováveis ou a redução das emissões de gases com efeito de estufa, bem como instrumentos para ultrapassar o desemprego e a crise financeira, que são considerados obstáculos ao desenvolvimento sustentável. Porém, nunca se aponta objetivamente para a necessidade da mudança do paradigma do crescimento económico.

Na reunião preparatória de 13 a 15 de Junho, pretende-se chegar a uma versão já muito próxima da final a aprovar na Conferência, mas não será fácil consegui-lo, o que pode pôr em causa o êxito, já em si relativo, da reunião.

Eventos Paralelos Quercus na Conferência Rio+20

No dia 17 de Junho, domingo, pelas 16h, terá lugar no Pavilhão de Portugal no Parque dos Atletas, uma apresentação do projeto “Condomínio da Terra” e do trabalho de divulgação ambiental feito pela Quercus em parceria com a RTP através dos programas “Minuto Verde”, com apoios da CPLP, Fundação Gulbenkian e diversas empresas, e também do conjunto de seis episódios da série intitulada “Ambiente Sem Fronteiras”, a emitir brevemente na RTP África e RTP Internacional.

No dia 21 de Junho, quinta-feira, entre as 14h e as 15h45, no Espaço Arena da Barra, Auditório ARN-2, localizado na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, 340, Barra da Tijuca sob o tema "Condomínio da Terra/O que nos Une a Todos", decorrerá um outro evento paralelo, composto pela estreia de um documentário, palestra e debate.

O documentário “O Que Nos Une a Todos – A contabilidade da nova economia”, foi todo filmado com imagens aéreas de Portugal, às quais se juntam animações multimédia, tornando possível visualizar as relações de consumo e disponibilização de serviços ambientais que se realizam entre as várias regiões de Portugal. Do local passamos para o global, e é possível perceber as relações do nosso país com a dispersão global das “externalidades” positivas e negativas que todos os países realizam nos sistemas naturais planeta. Durante este documentário, aborda-se ainda a proposta da constituição de um suporte jurídico global, para capturar estas “externalidades” e construir um sistema de contabilidade. Para isso, propõe-se o reconhecimento de um Património Natural Intangível da Humanidade, relativo aos sistemas oceânico e climático.

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A Quercus estará presente no Rio de Janeiro entre 13 e 23 de Junho através de uma delegação de três elementos. Francisco Ferreira (coordenador da área da energia e clima da Quercus) e Paulo Magalhães (coordenador do projeto “Condomínio da Terra”), fazem parte da delegação oficial portuguesa à Conferência. Joaquim Peixoto, da Mesa da Assembleia Geral da Quercus, está acreditado diretamente em nome da associação.

Informação principal permanentemente atualizada: rio20.blogs.sapo.pt

Calendário de reuniões e eventos com participação da Quercus (aqui)

 

Lisboa, 11 de Junho de 2012

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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publicado por Quercus às 10:12